terça-feira, 31 de julho de 2012

Música alta pode ser prejudicial ao aprendizado



É comum ver adolescentes ouvindo música alta em seus períodos de lazer, algumas vezes até incomodando toda família e gerando discussões entre pais e filhos. A novidade é que cientistas argentinos demonstraram com suas pesquisas, por meio de experimentos feitos com ratos, que o som alto pode afetar a memória e os mecanismos de aprendizagem de animais em desenvolvimento.

A pesquisa foi realizada com camundongos com idade entre 15 a 30 dias, o que corresponde a faixa etária humana de 6 a 22 anos. A escolha pelo animal é justificada pelo seu sistema nervoso, muito semelhante aos dos seres humanos. Os animais foram submetidos a intensidades de ruídos entre 95 e 97 decibéis (dB) mais altos do que o patamar considerado seguro, que gira em torno de 70 a 80 dB.

Concluído o experimento, foi constatado que, após duas horas de exposição, os ratos apresentaram danos irreversíveis nas células cerebrais, com anormalidades na área do hipocampo, região associada aos processos de memória e aprendizagem. Essa evidência, de acordo com os pesquisadores, sugere que o mesmo poderia acontecer com os humanos em desenvolvimento.

A exposição ao som alto já era considerada causa de deficiência auditiva, cardiovascular e do sistema endócrino, além do estresse e irritabilidade. No entanto, é a primeira vez que é associada a alterações morfológicas no cérebro.

Os cientistas alertam que, apesar de preocupante as conclusões do estudo, que foi publicado na revista “Brain Research”, o ruído utilizado pelo experimento foi o ruído branco, sinal que contém todas as frequências de som e é percebido como se fosse o barulho de uma TV mal sintonizada, ou seja, som muito diferente das músicas que muitas crianças escutam. Assim, o estudo serve como alerta, para evitar a exposição de sons altos a crianças e adolescentes.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...